Entrevista Dado Villa Lobos
- GRIFFE SA
- 3 de ago. de 2017
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ZAP – Dado, você retoma agora a sua carreira de músico, depois de uma passagem como produtor de sua gravadora (ROCK IT) e guitarrista da lendária banda Legião Urbana. Como você encara esta volta? É um recomeço ou um novo começo?
R – Acho que é um pouco de tudo, mas basicamente é um recomeço, porque é um recomeço e uma redescoberta, você descobrindo o seu público, redescobrindo o lance do palco e ter uma banda com você tocando, descobrir como cantar e tocar e interpretar estas canções, e redescobrir todo aquele lance de você montar um espetáculo e interagir com o público, né?
ZAP – Agora, com esse novo trabalho aí sendo veiculado (MTv Acústico), como tem sido a aceitação do público, tanto aquele que era fiel à Legião Urbana e o que pode ser considerado como novo?
R – Olha, acho que no geral você percebe isso quando você está no palco, né? É quando você tem a prova de que as pessoas estão prestando atenção e interagindo. Mas no geral as pessoas têm se surpreendido positivamente e achado bacana, então tenho que dar mais gás aí, acho que isso. A redescoberta também faz parte deste momento de redescobrir as pessoas que é tão bacana... é a interação do palco com o público
ZAP – Você que esteve nos dois lados, como músico e como dono de gravadora, como você vê o lance da pirataria, já que tem gente que ama e tem gente que odeia?
R – Eu basicamente encerrei as atividades da ROCK IT há seis anos atrás, ou seja parei de desenvolver artistas e lançar, gravar e investir em artistas por causa da pirataria. Eu tinha umas bandas no Rio Grande do Sul, que eram a ULTRAMEN e a COMUNIDADE NINJITSU, e eu estava trabalhando em Porto Alegre, ia fazer uns shows lá, e olhando pro lado tinha uma banca de piratas e eu via todos os discos de Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, e os meus discos , da ULTRAMEN e da COMUNIDADE NINJITSU, e era exatamente o lugar e o mercado que eu ia poder recorrer e reinvestir e conseguir... pois era onde estava o público das bandas, né? E era o lugar onde estávamos investindo... e o cara vendendo por R$ 2,50, parei...bom... perdi! É uma parada dura, e agora tem esta questão de downloads que é inevitável, e a gente não pode mais voltar atrás, e assim esperar, é um novo paradigma a nossa frente, e ver como funcionar esta coisa daqui pra frente. Mas a pirataria me desestimulou completamente a querer ir adiante.
ZAP – E o que você sugere ou aconselha às bandas de Itabira que querem algum dia ocupar seu lugar ao sol neste ramo?
R – Acho que a principal dica seria que o artista tem que estar motivado e se motivar sempre naquilo que ele faz, no que acredita e pelo o que ele representa para ele e para o público, entendeu? Isso é inevitável, não adianta você copiar modelos e seguir regras e cartilhas que nada disso vai levar todo mundo para dentro. Então o cara realmente acredita no que ele faz e está disposto a trabalhar, e acho que trabalho também é tocar ao vivo, vai tocar em qualquer lugar que você possa tocar, é onde você vai buscar o seu público.
ZAP – Descreva o guitarrista e artista Dado Vila Lobos em uma só palavra.
R – Uma só palavra? (pensa)... puxa né... é difícil, né? É difícil uma palavra só!
ZAP – Então descreva em várias palavras!
R – Acho que é o seguinte... esta bagagem toda, estes anos todos, fazendo música, produzindo música, tocando música, e você acaba virando uma coisa. A imagem pública é uma coisa e o cara é outro! A minha imagem pública é que sou um cara sério, meio sério, tímido, o que não é verdade. E eu acho que basicamente a palavra seria CORAGEM.
ZAP – Uma palavra final para o seu público e para os leitores do jornal ZAP.
R – Eu espero retornar à Itabira dentro do possível. A gente deu um rolé na cidade e a cidade é incrível, bacana né? Espero poder retribuir no palco o que a gente vem recebendo aqui desde que chegamos. A idéia é esta, espero poder mostrar, tocar para poder voltar mais forte sempre!

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